Imagine essa cena: um casal de idosos, que passou mais de 60 anos juntos, precisa se separar. Hoje, um deles está prestes a dizer adeus. Essa última despedida parece irreal e injusta. O último “eu te amo” que nunca quis ser dito, pois a vida sem o outro não faz sentido.
Não podemos negar que as despedidas abruptas são as mais dolorosas. Assim como as despedidas que sabemos que precisaremos dar um dia a alguém que amamos, embora esperemos silenciosamente que esse dia nunca chegue. Dar aquele derradeiro “eu te amo” sabendo que será a última vez que aquela pessoa irá escutar sua declaração de amor.
Por muito menos, as pessoas se fecham e se enclausuram para qualquer tipo de relação genuína. Não por medo de sentir, mas por medo de perder. Não podemos deixar que as tortuosas curvas desse mundo insano endureçam nossos corações. A vida é, de fato, uma aventura onde arriscamos constantemente.
Diga quantos “eu te amo” você quiser. Proferir as palavras é bem melhor do que deixá-las na ponta da língua, presas a ressentimentos e dúvidas. Talvez engolir nossos sentimentos, em vez de expressá-los, seja o verdadeiro veneno que corrói nossas almas.
Não deixe que os planos para o futuro te distraiam do que está acontecendo agora. Valorize quem sempre esteve ao seu lado, entre tormentas e benções. Quem te viu crescer e florescer. Quem não largou a sua mão. Olha para o lado e diga um “eu te amo” hoje. Amanhã, fale também. Depois de amanhã, repita mais uma vez.
Como aquele casal que viveu uma vida inteira juntos e precisou se despedir, um dia chegará o momento em que precisaremos fazer o mesmo. O amor verdadeiro perdura além das despedidas. Existe o fim. Não há fim para o amor de quem ama. Dizer “eu te amo” é apenas uma prova diária de que estamos ali por aquela pessoa até o fim, seja ele qual for.